sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Brega. isso é brega???

Brega. Isso é brega????

Agora sim, a postagem da prévia.

Bem, (deixa eu ver como começar....) ah! lá vai!

Todo mundo sabe, principalmente quem mora em Belém, que o barulho mais famoso nas ruas da cidade, principalmente aos finais de semana e feriados (o que não falta no nosso Brasil-sil-sil!!!) é o Brega.

Tem Super-Pop, Pop-Som, Tupinambá, Daffsom e sabe-se lá quantos mais sons tem rondam por aí. A malacada... oh! quer dizer molecada toda corre pro Casota, Aero Club e outros espaços pra curtir a “festa das aparelhagens”, é só o carro som passar, ou mesmo vislumbrarem os anúncios nas faixas que ficam estendidas pelas ruas da nossa cidade (que só não é mais bela porque seus habitantes fazem questão de morar numa lata de lixo!); e até propaganda na mídia televisiva já tem! É papai, o negócio ta crescendo.

Até um tempo atrás, eu dizia “não gosto de Brega!”, vivia ainda aquela dualidade obstante uma à outra Rock Vs Brega, e isso com certeza não era algo restrito a mim, isso qualquer um pode notar.

Contudo, ao me aprofundar no estudo da arte gráfica para a minha graduação (que é em Design – e é incrível o número de músicos que há neste curso), acabei passando por uma grande “abertura de cabeça” (não que tenha me machucado), conseguindo assim enxergar vários pontos da arte que me “distanciaram o horizonte”.

A relação que a arte tem com a sua origem, a seqüência que o artista local dará a ela, a influência da mídia e a cultura de massa na formação do gosto (mesmo daqueles que não gostam, acreditem!) e tudo isso faz com que algumas (algumas não, muitas!) pessoas se divirtam tendo a honra concedida por uma bela amazonida para bailar(ou por uma garrafa de cerveja, dependendo do teor alcoólico na corrente sangüínea, não necessariamente concedida) ao som do “considerado do povão”; em contrapartida, faz também com que muitos encham o peito de orgulho por ouvir o “bom” e velho rock and roll ou um Chico Buarque ou um Djavan, etc. (não menosprezando de maneira alguma – “jamais, senhor, jamais!” - o trabalho e a contribuição que estes grandes artistas têm feito pela música brasileira), mas, enfim “por que essas pessoas não evoluem e ouvem coisa boa (como eu ouço, ai ai....sou tão cult!)”.

Porééééem (!) nem mesmo estas pessoas, que se acham melhores pelo simples fato de não gostarem do “ti-ti--tum-tum-tum”, são maduras musicalmente o suficiente para verem a música como expressão artística e contemporânea, é a questão do ego mesmo.

Agora, depois de tanta enrolação, embromação, encheção de saco (ou seja lá como queira chamar) vou começar a explicar algumas coisas, que é claro serão palavras que não estarão acima do crivo da sanidade ou mesmo da burrice humana (deixando bem claro, é só uma mera opinião).

Você enxerga a música como arte? Tem certeza? O Brega, como música, é uma expressão artística derivada da música latina que deriva de muitos anos de história, ou seja, o pai do Brega foi certamente um artista da música latina (muito rica, por sinal) que passou a compreender a sua realidade (latina, tbm óbvio) de uma outra maneira, mesclando elementos de rítmos e estilos (sei lá se é a mesma coisa!) de sua Herança Cultural (que termo lindo!), afinal ele nasceu, cresceu e morreu (se é que já o fez, sabe God) ouvindo a música latina, já que ele vive (ou vivia) uma realidade latina.

Essa é a questão da auto-afirmação perante a cultura externa imposta pelos países que dominam o mundo, pois para eles venderem seus produtos, eles têm que fazer as pessoas gostarem deles, impondo seus gostos já que são "seus" produtos, então as culturas que não se firmarem estarão fadadas ao desaparecimento tal como ocorreu com os incas, maias, astecas, "caratecas, discotecas" (segundo o chaves ou o nhônho, não lembro) e tantas outras tribos índigenas que habitavam a América pré-colombiana.

"mas eu gosto de samba!" mas e do resto? Brasil não é só samba!

"eu gosto de rock e a música é universal!" e qual a contribuição do Brasil com a história do rock?...?..??...????

o que os nossos antepassados cantavam enquanto os "pessoais" dos States faziam o rock?

pessoal, não neguemos nossas raízes! porque é isso que o neo-coloniador quer! fazer o mundo aos seus moldes! vamos dar prosseguimento a nossa cultura, a cultura local, e não anulá-la perante "o frio que vem lá do norte". Nossa origem é latina, somos latinos e.....rockeiros?

“não nos cabe escolher em que mundo viver, apenas nos cabe decidir o que fazer com eles”, já dizia o grande Gandalf; iremos acabar com uma seqüência histórica tão rica culturalmente que é a música latina paraense???? E olha que os “intelectuais” não estão fazendo absolutamente (e absurdamente) nada! Eles se transformaram em europeus, norte americanos, cariocas, paullistas, etc. que nasceram no Pará, mas que formou, na verdade, sua base cultural apropriando-se de culturas de outros locais; enquanto isso, o “povão” faz sua parte (talvez inconscientemente) na preservação de uma “linhagem histórica-musical-local”.

Olho a minha volta, pra minha cidade, e não consigo imaginar uma banda de puro rock tocando, por exemplo, no ver-o-peso, isso não produção da nossa realidade, mas é claro que isso não é obstante a alguém gostar de qualquer coisa que seja (eu mesmo gosto de algumas bandas de rock, adoro ouvir o “bom e velho” samba e por aí vai – que?! Rebeldes??!!! Por favor, amigo! “Tamo” falando de música!).

Agora falando um pouco da mídia, da mão dela nisso tudo: é claro que a maioria da população brasileira é desprovida de uma educação de qualidade, e isso é algo impregnado na cultura do brasileiro (não saber votar, política só em dia de eleição, “nem lembro em quem voltei”, e por aí vai....) e blah e blah! Isso faz com que a exigência do povo para gostar de alguma coisa seja bem, bem, bem pequena (!) no que diz respeito a arte (ou que deveria ser arte); então é por isso que pessoas que a televisão chama de artistas (caralho, puta que pariu! De onde tiraram isso, cara??!!! Quem na Casa dos Artistas era, de fato, artista????!!!!) se apropriam de elementos da cultura para “defecarem pela boca” (salve, salve Gil Brother), ou em outras palavras: “descerem até o chão” (e devagarinho, hein!), “oferecem periquitas” e, porra, “fazer o ‘T’!” caralho! Isso só é aceitável numa escolhinha de criança, que estão aprendendo as letras do alfabeto (e parece que este tipo de “artista” só aprende este tipo de letra mesmo, né?.....); bem, isso aí sem contar com o pagode moleque (esse o nome já diz tudo, pelo menos eles são sinceros), os aviões do forró (que são os únicos tipos de aviões que não estão sujeitos a crise aérea, infelizmente) e assim vai, pois “assim caminha a humanidade” (esse aí já teve dias melhores, bem melhores mesmo!).

Os “cults” confundem a música de massa com música-arte em si; tens uns que dizem “a letra é uma merda”, mas escutam músicas em inglês e só entendem o “iarnuôôô”, taí os “rockers”, os “undergrounds”, os “headbangers”(será que eles sabem o que significa isso?) e estes não são os únicos.

Olha, eu não vim aqui (no meu “espaço democrático”) dizer que todo mundo está doido, demente, burro, etc., muito menos dizer que todo mundo tem que gostar de Brega só porque é latino, é paraense etc., definitivamente, não! Até porque os “artistas” tão aí nas aparelhagens e a qualidade musical (se tratando de conteúdo) é indiscutível. No entanto, não é só no Brega que tem “artistas” ruins, afinal de contas nada é perfeito. Olha (ou melhor, ouve) o rock, por exemplo: a onda emo, que é algo “bestificante” (porra, até Dedé serve pra mostrar o tamanho do estrago nos ouvidos e mentes dos “garotinhos juvenis” que se prestam a tal tortura) e Avril Lavigne que é tamanha senhora, dona de casa, mãe de família do alto de seus 22 ou 23 anos (sei lá) ainda se debruça sobre os papéis para falar de crises adolescentes e skates.

Existe gente fazendo merda com tudo em todo lugar. Na música não é diferente. No Brega não é diferente. Se Chico Buarque resolvesse fazer um brega, será que os fãs “cults” da boa música iriam dizer “credo!” ou iriam continuar dizendo “eu não gosto de Brega!”?

Não proponho a anulação de nenhum estilo musical, pois os vejo como originados de uma concepção histórica peculiar a cada lugar e período onde foi criado. Gosto do pensamento dos antropofagistas: comer tudo e aproveitar o que há de bom, pois tudo é ruim e bom, então fiquemos com a parte boa.

Passei então a ver o Brega (bem como a música latina em geral) como uma expressão de arte proveniente das minhas raízes e totalmente ligada ao meu cotidiano, a minha cidade, estado, país e continente; meus heróis são meus antepassados que me colocaram aqui hoje e me deram a oportunidade de viver e não um cara que atira contra a própria cabeça. The Mars Volta não deixou de fazer o que gosta para introduzir elementos da música latina em sua música e tai a banda boa que é, são antropofágicos pois digerem o que há de melhor em suas influências e as usam em suas músicas.

Não vejo o Brega como música burra pelas letras ou música do “povão” como sendo algo pejorativo, denegrindo assim a imagem de quem o ouve. O vejo como uma expressão musical (ou seja, de arte) que está em maus lençóis, sendo utilizada pela política do pão e circo (lição romana bem entendida pelos nossos governantes). Como música latina, apresenta um ritmo alegre e envolvente (tal como as Guitarradas, a lambada, a salsa, etc.), marcas do nosso povo (e que bom, né? Depois da onda emo....ainda tem gente que se dá ao luxo de sofrer, vê se pode?!).

Vai que um dia surge um artista de fato no mundo do Brega e faz Arte: músicas com boas letras e conteúdo, será que o indivíduo que vai pra festa das aparelhagens deixaria de dançar essa música? Ou o “cult” iria, ainda assim, se negaria a ouvir esta, em tese, boa música, só porque é Brega?

“não nos deixemos anular pelo poder da tecnologia”, já diz o juramento de formatura do curso de Design da UEPa, portanto não nos anulemos pelo poder da cultura da massa e pelo nosso próprio ego “intelectual-cult” (faça-me o favor!)

Toda música é arte, mas não está acima da má vontade do homem. Portanto, não vamos formemos nossa opinião sobre um estilo ou outro só pelo simples fato de “ser do povão....”, “só fala merda....”, etc., pois assim, meu amigo, você estará tendo uma visão muito aquém da que você pensa ter.

Aos bregueiros de fim de semana e feriados: parabéns! Vocês são os únicos que ainda dão valor na música local, mas vamos melhorar nosso nível de exigência.

Aos cults: vamos dar valor ao que é nosso e não julgar os bons pelos maus, porque isso não demonstra nenhum aperfeiçoamento intelectual, muito pelo contrário.

“Isso é Brega!”

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

essa postagem é uma prévia da próxima postagem

Olá, amigos que acompanham este blog (um abraço aí pro seu Kenco, Melé e seu Héber).
vou dar aqui uma prévia da próxima postagem.

em primeiro lugar, quero dizer que estou dando uma prévia pra não deixar que o blog seja dominado pelas teias de aranha ("tira-me las aranhas"hehehehehe) e outros insetos - ou qualquer coisa que seja - por estar parado, carente de novas postagens. ligado ao primeiro, vem o segundo lugar (não é tão óbvio. dependendo do caso, hehehehehe): estou fazendo uma pesquisa sobre o BREGA! não se espantem tanto (se é que o fizeram), pois isso faz parte de um pensamento sobre o qual eu venho refletindo há algum tempo.

por que o Brega?

bem, não é sobre o brega em si, mas sim sobre a música latina em geral, tratando com um pouco mais de intimidade o nosso "Bregote", já que é a forma desta mais presente no nosso árduo dia-a-dia. ainda não fiz o bendito texto (ainda quero pesquisar mais pra falar sobre isso), mas posso assegurar que não faltará citações de bandas como o The Mars Volta (é isso mesmo! TMV)

boa música não se distingue por estilo e sim pelo uso que o artista faz dela - e estamos falando de arte mesmo, deixando de lado a "rebeldia", os "rebolados", as "paradinhas de sucesso" e outras COISAS mais que dominam o rádio popular hoje.

então, deixando as digressões de lado, é isso! heehehehe (brincadeira) vou falar do Brega e isso talvez abranja de forma vestigial alguma coisa sobre algum outro estilo.

até lá! e feliz natal pra quem lê este blog, pra quem não lê....hehehehehehee

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

(por fim, ou melhor, por início a primeira postagem!!!)

estava eu vendo uma comunidade sobre música no orkut - da qual participo - quando fui surpreendido por um tópico sobre a importância da melodia. O texto abaixo alude a minha opinião sobre o tema.

sobre a melodia

bem, eu acredito que a melodia é um fator fundamental para a música e isso é bastante óbvio.
não só pra música, pois dependendo do nosso estado de espírito falamos de um jeito ou de outro, e isso de alguma forma já é uma melodia, ela é uma coisa nata, característica de cada região (sotaque), ou mesmo de cada um, por isso acho que um bom músico se reconhece mais pela originalidade das melodias que cria do que pelas letras (não estas sejam menos importantes).
a melodia tá no jeito de cada um, descobrir sua própria melodia está dentro de uma das funções da arte: um processo de auto conhecimento; ainda sobre isso, penso que a melodia está muito ligada ao nosso jeito de se movimentar, o que aproxima a melodia da dança, pois de alguma forma toda música pode ser interpretada por uma dança (o forró agarrado, o pula pula do rock, até o movimento de um regente de orquestra).
outro dia eu fiz uma música buscando a melodia no meu jeito de andar, o que acabou sendo o tema da música (o "andar" numa ótica mais conotativa).
gosto de me perguntar : "por que faço as músicas do jeito que faço?" e acabo me conhecendo melhor (sobre o que sinto e penso) com as respostas.
bem, eu penso desta forma; alguém pode falar a respeito???

se você é uma pessoa que não só gosta de música, como também tem alguma opinião (lúcida) sobre ela, ficarei grato por compartilha-lá.